A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

Translate

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Seguidores do Saravá Umbanda

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Umbanda de Jesus


 
Sete Encruzilhadas, o Caboclo que anunciou o surgimento da Religião de Umbanda em 1908, declarou que Jesus seria o Mestre a ser seguido pelos umbandistas. Controvérsias à parte, já que alguns não aceitam suas palavras como base para uma vida espiritual sadia, Jesus é o modelo mais perfeito escolhido para ser o espelho dos médiuns e demais seguidores da Umbanda. Não há outro Médium vivido entre os homens que tenha subtraído toda a autoridade do Grande Mestre da Judéia em se tratando de vida mediúnica sadia e correta.
Jesus, o Médium, em nenhum momento fez alarde de sua missão na Terra. Sendo detentor de tanta autoridade, jamais exigiu que os homens se subjugassem a Ele. Jamais impôs sua condição de Ser Iluminado a fim de obter prestígio perante os grandes e diante dos pequenos. Suas palavras, cheias de autoridade, jamais foram autoritárias. Pelo contrário, tinham uma meiguice e uma simplicidade que encantavam os pequenos e incomodavam alguns que se achavam grandes.
Em sua trajetória mediúnica na Terra, Jesus aguardou o momento certo para agir em favor da caridade. Seu primeiro ato caritativo, no casamento de Caná, foi precedido de uma oração feita pela mãe que, aflita, intercedeu pelos noivos e seus pais. Jesus podia muito bem ter feito a transformação do vinho antes mesmo de Maria lhe pedir com tanta veemência, mas aguardou a hora certa. Não se precipitou, mas foi paciente para esperar que o tempo definisse o momento propício.
Os médiuns de Umbanda, tanto os que estão iniciando quanto aqueles que já militam na fé, precisam ser menos apressados em ser úteis no trabalho espiritual da caridade. O tempo urge, mas não se precipita. Há médiuns que desejam ou querem tanto ser utilizados como aparelhos dos Caboclos e Pretos Velhos que não se preocupam com o próprio aprimoramento ou com o tempo certo para tal trabalho. Avançam apressadamente para os terreiros, colocando roupas brancas - ou coloridas, como queiram -, enchendo os pescoços de guias sem fundamentos e "incorporando" alguma Entidade. Esquecem-se que incorporar qualquer Entidade não é o principal. Essa faculdade é apenas uma das muitas tarefas a desempenhar durante toda a vida. O início de tudo é a mudança que deve ocorrer dentro de cada um. Assim como foi a transformação que Jesus realizou em Caná, quando a água dos jarros ganhou cor, sabor e essência de vinho.
Apressadamente, muitos médiuns estão servindo fel aos que comparecem às bodas que são realizadas cotidianamente nos Terreiros de Umbanda. Em nome da "vontade" de trabalhar ou "receber" Caboclo - como se isso fosse um verdadeiro milagre - estão sendo depositários de uma bebida amargosa, fétida e intragável, quando incorporam sem o devido preparo espiritual e logo realizam consultas e receitam banhos, garrafadas e obrigações sem fim aos convidados da festa chamada Gira. Não atinam para o fato de que eles próprios são os jarros que devem conter a verdadeira bebida espiritual servirá para alegrar os corações necessitados que foram chamados a participar do evento. E, como se isso não bastasse, logo depois das primeiras incorporações, já que tomam para si o título de "mestre divino".
Satisfeitos de sua capacidade mediúnica de incorporar e de falar em nome dos Pretos Velhos e dos Caboclos, logo sobem num pedestal ilusório e passam a encenar o quadro do Sermão da Montanha. Olham do alto para os irmãos, tal como o humilde Jesus, e orgulhosos iniciam uma pantomima que supostamente pretende ensinar aos fracos e oprimidos da última hora. Baseados em sua pouca experiência e sem a devida mudança de pensamentos, hábitos e desejos, levantam-se de peito inflado e voz autoritária sobre os menos favorecidos como verdadeiros "mestres da Galiléia".
Jesus, o exemplo apontado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não foi um médium dessa estirpe. Ao contrário, desde moço, encheu-se de sabedoria, discernimento, autoridade e virtude para depois transmitir as novas da salvação aos homens de sua época e os dos dias atuais. Não teve como base seus pensamentos e suas experiências, mas sim nas Palavras Sagradas dos Profetas.
Jesus não teve olhos para os reinos do mundo. Como médium poderia servir-se de sua condição para angariar respeito e poder diante dos magistrados, sacerdotes e senhores da Judéia, mas rejeitou os oferecimentos políticos, mundanos e passageiros, para continuar humildemente sua missão na Terra.
Jesus não se intitulou "mestre", mas Filho. Não se arvorou como "doutor", mas apresentou-se como Aprendiz diante do Templo. Não subiu num trono para ser rei, mas encurvou-se como "Servo" aos pés dos discípulos.
Assim deve ser a Umbanda praticada por aqueles que se acham estupendos por incorporarem uma Entidade de Luz. Esse deve ser o retrato daqueles que batem no peito e dizem que são "médiuns".
A Umbanda que Jesus praticou foi simples, sem estardalhaços, sem holofotes, sem soberba, mas cheia de doçura como o vinho e de palavras vivas como as da Montanha.

Julio Cezar Gomes Pinto

Um comentário:

  1. Sendo uma religião cristã, a Umbanda, tem como senhor um só, Jesus. Infelizmente existe um preconceito em torno dessa manifestação religiosa, seus rituais tornaram-se misteriosos que acabaram sendo explorados por pessoas sem escrúpulos, como acontece em todas as religiões: católicos, evangélicos, espíritas, etc., alguns abusam da fé das pessoas, tornando um meio de ganhar dinheiro.
    "...a umbanda, por se manifestar, na maioria da vezes, por aqueles possuidores de uma alma mais simples, que os torna vítimas dos pretensos sábios e donos da verdade, recebeu uma marca, um rótulo, que aos poucos, vai se desfazendo. Isso ocorreu também devido às manifestações de sectarismo religioso, antifraterno e anticristão de uma minoria, o que gerou preconceito contra os rituais da umbanda, seu vocabulário, suas devoções"
    Extraído do livro Tambores de Angola.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Ouça os Pontos de Linha de Esquerda da Umbanda

"Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações "

Allan Kardec

A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.

Baixar Pontos de Umbanda

DOWNLOADS-CDs de Pontos
DOWNLOADS-CDs de Pontos

Saravá

Estrela de Davi - Dois triângulos sobrepostos, reunidos formando um hexagrama simbolizam a harmonia entre os dois opostos. O resgate e a ascensão de todas as almas rumo à espiritualidade. Pois em verdade aquele que se encontra em grau mais alto possui um correspondente em grau mais baixo. Esta simbologia refere-se ainda, à não estaticidade da evolução, pois não existem dores e tampouco infernos eternos, uma vez que, se a evolução é infinita, aquele que se situa no ponto mais alto, ao evoluir, leva consigo todo sistema, sendo que o que está no grau mais baixo, por sintonia, também subirá. Saravá o Astral Maior!

SARAVÁ!
SA = Força, Senhor RA = Reinar, Movimento VÁ = Natureza, Energia.
Saravá significa então a força que movimenta a natureza. Saravá também pode significar "Salve" ou "Viva". Na Umbanda, Saravá também é utilizada como uma saudação possuindo o sentido de "Salve sua força!", da força de Deus e da natureza que estão dentro da pessoa, como no mantra indiano namastê, que significa: o Deus que tem dentro de mim, saúda o deus que tem dentro de você. Saravá!