Eles chegam do mar e desembarcam em terra, sua
alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio
“maroto”, embriagado (mas pelo balanço do Mar). São os Marinheiros, grupo de
Espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.
Eles conheceram muito bem o mar e a navegação,
pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que
empreenderam que duraram anos e anos.
As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de
Iemanjá e também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”. Seus conselhos
e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé. Costumam trabalhar em
grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também
conheceram a calmaria e a bonança.
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos
fortes de descarrego que envolvam grandes demandas. Em algumas casas, também
costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.
Quando dão consultas, essa Falange costuma ir
direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem
criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundo as almas
dos aflitos que costumam procurá-los em busca de auxilio e de esperança.
Carregam consigo um sentimento profundo de
amizade. Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se
apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros,
têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho
bem-feito.
[2]
Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes
distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria
espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de
cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos
voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de
alto grau espiritual, trazem consigo.
Na realidade estes abnegados servidores da lei são
verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de
atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a
possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem
simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido
muito a vontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da Umbanda.
Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do
astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade
sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se
utilizando do próprio médium.
Como isso ocorre?
Em torno do médium existe um campo de energia
sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da
energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente.
Os guias quando incorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam,
gesticulam, etc. desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende
do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através
de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do
templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através
de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na
luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda Sagrada.
É importante que os médiuns e principalmente os
assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal
sentido aos trabalhos de Umbanda.
Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa
Mãe Iemanjá e sua cor de atuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul
claro. Podemos sempre que necessitarmos, ativar o poder destes servidores da
lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem
seus caminhos e protegê-los. É maravilhoso.
Todos devem estar sempre com os pensamentos
voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada.
Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se
partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias.
A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento.
Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres.
Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai
Maior e corram atrás de seus objetivos.
Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança
e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos
semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem,
com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a
Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos
marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.
Sejam positivos em qualquer situação.
Se você quer o melhor para sua vida, comece
fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de
determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um
porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não
sofra conseqüências negativas.
A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se
de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.
A alegria dos MARINHEIROS!
“Quantas ondas tem o mar?
Quantos grãos tem de areia?
Eu vim pra descarregar
Sou marinheiro da mamãe sereia.”
Aos poucos eles desembarcam de seus navios da
calunga grande e chegam em Terra. Com suas gargalhadas, abraços e apertos de
mão. São os marujos que vêm chegando para trabalhar nas ondas do mar.
Os Marinheiros são homens e mulheres que navegaram
e se relacionaram com o mar. Que descobriram ilhas, continentes, novos mundos.
Enfrentaram o ambiente de calmaria ou de mares
tortuosos, em tempos de grande paz ou de penosas guerras.
Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e
Oxum (povo d’áqua) e trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos
dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do
mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e trabalho unido, em grupo.
Seu trabalho é realizado em descarregos,
consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que
possam envolver demandas.
A gira de marinheiro e bem alegre e descontraída.
Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com
palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus
problemas.
A marujada coloca seus bonés e, enquanto
trabalham, cantam, bebem e fumam. Bebem Whisky, Vodka, Vinho, Cachaça, e mais o
que tiver de bom gosto. Fumam charuto, cigarro, cigarrilha e outros fumos
diversos.
Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente
românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que
estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um “porto seguro”.
A gira de marinheiro, em muito, parece uma grande
festa, pela sua alegria e descontração, mas também, existe um grande
compromisso e responsabilidade no trabalho que e feito.
Salve o Povo D’água!
MAROLA DO MAR
Entidade ligada ao povo d’água. Sua função dentro
desta linha é de fazer a limpeza de toda a carga acumulada, após algum trabalho
mais pesado, levando todas as cargas negativas para as ondas do mar sagrado.
Entidade que trabalha na linha de Iemanjá, com
forte influencia de Ogum, facilmente (ou comumente), confundido com marinheiro,
é uma entidade que não bebe e nem fuma, seu descarrego é baseado no movimento
da “marola do mar”, que vai e vem.
Foi um ser vivente em uma época muito distante.
Quando vivo, tinha fixação pelas ondas do mar, conseqüentemente por Iemanjá,
passava horas a fio a observar as ondas na esperança de vê-la. Cansado de
esperar pela visão tão esperada, foi ao encontro das ondas julgando ouvir o
chamado de Iemanjá, sendo assim tragado pelas ondas, encontrando enfim a morte
nos braços de sua paixão.
Passado o tempo, voltou como entidade, por sua
afinidade com este Orixá, passou a trabalhar nesta linha, com a função de levar
para Iemanjá toda a carga negativa que se encontrasse ao redor de seus filhos
queridos.
É uma entidade rara em terreiros de umbanda, até
hoje poucos se viram ou se sabe da existência, porém, é uma entidade de muita
força e luz.
Material de trabalho: Velas azul e branca.
Local de entrega: Na marola do mar.
Ponto
cantado:
A “marola do mar” E vem tombando,
e vem tombando, e vem tombando
A “marola do mar”
E vai tombando e todo mal vai carregando.
PONTOS CANTADOS DE MARINHEIRO
Andai No Mar! (2x)
Quem Acompanha Marinheiro
Toda Vida Anda No Mar!
—————————————–
Marinheiro, Marinheiro…
Marinheiro Só…
Quem Te Ensinou A Nadar…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Balanço Do Mar!
Marinheiro Só…
Lá Vem…Lá Vem…
Ele É Faceiro… Todo De Branco…
Com Seu Bonezinho… Marinheiro, Marinheiro!
Quem Te Ensinou A Nadar…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Oi Foi O Balanço Do Mar…
Eu Não Sou Daqui…Eu Sou Do Amor!
Eu Sou Da Bahia…De São Salvador!
Marinheiro Só…
—————————————–
Marinheiro Agüenta O Leme
Não Deixa A Barca Virar!
É Contra O Mar
É Contra O Vento!
É Contra O Vento
É Contra O Mar!
—————————————–
Ô Martim Pescador Que Vida É A Sua?
Bebendo Cachaça E Caindo Na Rua!
Não Vá Beber… Não Vá Se Embriagar!
Não Vá Cair Na Rua Pra Polícia Te Pegar!
Eu Já Bebi… Eu Já Me Embriaguei!
Eu Já Caí Na Rua E A Polícia Não Pegou!
—————————————–
Eu Venho De Longe Pisando Na Areia
Na Areia Tenho Que Pisar!
Mas Ele É Seu Marinheiro Verdadeiro…
Aqui Em Qualquer Lugar!
—————————————–
Um Barquinho Vem Vindo Do Mar…
É O Marinheiro Que Vem Trabalhar!
Ele É Filho Das Águas Claras…
Eu Venho Aqui Quando Me Chamar!
—————————————–
Marinheiro Vem Do Mar…
No Balanço Do Navio…
Vem Trazendo A Santa Bênção…
Para Todos Os Seus Filhos!
Yemanjá Governa As Águas
Yansã A Tempestade
Com A Força Do Divino
Vem Trazendo A Caridade!
No Céu A Lua Brilha
As Ondas Do Mar Balançam
No Dia De Nossa Senhora
Na Areia A Sereia Canta!
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Ei Marinheiro
Seu Barco Estava Afundando!
Ainda Bem Que Ele Foi Salvo
Na Jangada Dos Baianos!
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ô, Marinheiro…
Dá licença de passar,
Seu navio está no porto,
Ele veio de alto mar.
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…
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Rema a canoa, Canoeiro…
Rema a canoa, Devagar…
Rema a canoa.
Canoeiro, não deixe o barco virar.
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NOTAS:
Os marinheiros permitem aos médiuns a
desenvolverem o equilíbrio emocional, entrar em contato com as emoções mais
intimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios. Desenvolvendo no
médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso aprimorando as
relações com o seu irmão.
VELAS - branca, azul ou bicolor branca e azul.
Salve o Povo d’Água! Salve os Marinheiros! Salve Umbanda!!!